CCH na construção das primeiras parcerias da UFV com universidades japonesas

20 de novembro de 2025


Durante todas as visitas oficiais não só vislumbramos as possibilidades de intercâmbios acadêmicos/científicos para estudantes de diferentes níveis de formação (graduação, mestrado e doutorado), mas também para docentes pesquisadores realizarem seus pós-doutorados, visitas de curta duração e trabalhos de pesquisa em conjunto. O plano inicial foi contemplar três distintas instituições de ensino quanto a sua estrutura: pública, confessional e privada. Mas, também identificamos possibilidades de organização das mais diferentes manifestações artísticas em parcerias com o Instituto Guimarães Rosa, órgão vinculado ao governo brasileiro para difusão da arte e cultura brasileira em parceria com organismos e universidades japonesas. A primeira proposta contemplará o barroco mineiro.
O primeiro compromisso no Japão ocorreu na Universidade da Província de Kyoto, conhecida como KPU, a primeira e única universidade pública a ser visitada durante a missão no mês de outubro de 2025. Inicialmente se demonstrou promissora, embora tivemos o conhecimento das barreiras e pouca abertura das universidades japonesas quanto as possibilidades de intercâmbio internacional. As mesmas devem ser conduzidas e mediadas por docentes/pesquisadores de confiança e que façam parte de seu quadro institucional ou de sua rede internacional de pesquisa. Essa informação e orientação se confirmaram na prática durante a viagem. A Diretoria de Relações Internacionais da KPU encaminhou já no dia seguinte toda a documentação para iniciar o trâmite de cooperação internacional junto a DRI da UFV. A visita a KPU, entre os dias 23 e 24 de outubro foi sem dúvida um contato exitoso por ter sido intermediado pelo docente André Freire Cruz, egresso do curso de Agronomia da UFV nos anos 1990 e docente pesquisador no Japão há mais de 25 anos na área Produção Vegetal. Essa interlocução do nosso ex-aluno de graduação foi fundamental para reforçar a credibilidade da UFV aos propósitos de cooperação. Durante o período na KPU foi possível conhecer a estrutura administrativa e acadêmica, refeitórios, espaços para as aulas de campo, imediações do campus e locais das residências estudantis, condições de moradia como valores, mobilidade, valores e procedimentos oficiais para o pleito de bolsas, dentre outras informações. O encontro oficial foi com o Diretor de Relações Internacionais, Ryuzo Masaki.
O segundo compromisso oficial firmado e realizado foi junto ao Projeto Construir Artel na cidade de Sakai, vizinha a Província de Kyoto, ocorreu entre os dias 24 e 25 de outubro. O encontro ocorreu no sábado, justamente nos finais de semana o projeto se encontra mais ativo em decorrência das necessidades de reforço para a comunidade nipo-brasileira no aprendizado de japonês e português e demais demandas de ensino em diferentes disciplinas para os estudantes do ensino básico ao nível secundário. Este trabalho é um projeto de extensão vinculado a Universidade de Sandai. Toda a intermediação e condução da visita ficou a cargo das professoras Tanaka e Samedi. (Este projeto foi objeto de um capítulo do premiado livro, nos EUA e, organizado pela Profa. Idalena Chaves do Departamento de Letras). Além da receptividade, tivemos bons intercâmbios com docentes dá área pedagógica e de música. Esta foi também uma oportunidade do CCH doar livros infantis com temas do folclore e lendas brasileiras. Além de doação de brinquedos infantis produzidos artesanalmente no Brasil e de imagens para futuros quadros expositivos de figuras de povos originários reconhecidas nacionalmente como Ailton Krenak, o primeiro artista indígena membro da Academia Brasileira de Letras – ABL.   
O terceiro compromisso ocorreu na tradicional e mais reconhecida universidade católica do Japão entre os dias 27 e 28 de outubro (segunda e terça). A Universidade de Sophia está localizada no coração de Tóquio e ao lado do Palácio do herdeiro imperial japonês. Esta importância estratégica na localização tem relação histórica indireta com o Brasil e a língua portuguesa e cultura brasileira. O primeiro estrangeiro ocidental a pisar em solo japonês foi português e católico. Desta relação tradicional e duradoura nasceu a Universidade de Sophia. Atualmente, o foco da universidade são os estudos de língua, cultura e negócios comerciais, culturais e diplomáticos do Japão para com os demais países do mundo ocidental. A visita possibilitou conhecer não só a estrutura da universidade, mas encontro com a Diretora Akiko Koyasu, responsável pela Faculdade de Estudos Estrangeiros, dentre os diversos departamentos acadêmicos se encontra, também o departamento de estudos brasileiros. Ao considerar essa especificidade da universidade, tivemos um encontro oficial com os docentes brasileiros que atuam com pesquisa e ensino há mais de 30 anos no país, como o professor Mauro Neves Junior, natural de Brasília; professora Nilta Dias, mineira de Sete Lagoas; professor Gustavo Meireles, natural de Goiânia. Desta visita de dois dias na universidade firmamos o interesse de parceria que será induzido pela UFV nos próximos contatos. Há uma previsão de cooperação estudantil e docente em diversos campos do conhecimento.  
O quarto e último compromisso oficial, foi em uma instituição privada localizada na cidade de Chiba, ainda na Província de Tóquio, a Universidade Kanda de Estudos Internacionais.  A visita ocorreu nos dias 29 e 30 de outubro. Nesta universidade o encontro foi intermediado pela professora Sumiko Haino. Além dos contatos formais e reuniões, foi possível conhecer a estrutura de todo o campus, a biblioteca, as áreas específicas para formação de futuros profissionais japonesas com foco em carreiras globais, incluído neste espaço a formação de japoneses que fizeram opção pela habilitação de língua portuguesa e estudos brasileiros. O contato com a KUIS foi mais completo porque foi possível visitar as turmas em salas de aula repleta de japoneses que buscam formação de língua portuguesa e cultura brasileira. Tive a oportunidade de conhecer o Reitor da KUIS, o professor Shingo Ashizawa. Esta e uma universidade com alta demanda para intercâmbios de estudantes japoneses que buscam uma experiência prática no Brasil.  Os mesmos já tem opções pela USP, PUC-PR e UFJF em Juiz de Fora. O nosso objetivo foi apresentar a UFV para além dos nossos indicadores de qualidade e reconhecimento nacional e internacional. Adicionalmente, a UFV foi apresentada como uma opção e diferencial dentre as possibilidades no país em relação as demais, por ser uma cidade universitária com um campus universitário atuante em uma cidade de pequeno porte do interior de Minas Gerais e, facilidades de mobilidade, baixo custo de vida e próxima a principal cidade colonial do país. 
O processo de internacionalização do ensino superior, pesquisa e pós-graduação no CCH ocorre de ações pontuais como as que estão em curso. Os principais indutores para se efetivar essa política de forma perene e evitar assim a descontinuidade das ações se apresentam da seguinte forma: continuidade de contatos com dirigentes, docentes e pesquisadores dos cursos correlatos da UFV, em especial do CCH, com os seus pares em instituições japonesas; a Universidade de Sophia, a Universidade de Kanda e, em especial, a de Kyoto poderão ser destinos de treinamento em nível de doutorado sanduíche (PDSE) para nossos estudantes e pós-doutorados para os docentes. Além de possibilitar treinamentos de curta duração para ambos. A UFV poderá ser destino para estudantes e docentes da KPU, Sophia e KUIS, a serem realizados nos diversos campi da UFV.